Violência: torcedores punidos terão que usar tornozeleira eletrônica
Luciano Borges
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo deve anunciar nos próximos dias a compra de sete mil tornozeleiras eletrônicas. Uma parte deste lote terá como destino o Juizado do Torcedor, que teve os poderes ampliados no mês de maio e já está atuando como anexo do Juizado Especial Criminal (Jecrim) e reúne juízes, promotores, polícias civil e militar, além de outros órgão envolvidos em crimes cometidos por torcidas organizadas. A ideia é instalar o equipamento nos torcedores que foram presos e condenados por atos de violência.
As tornozeleiras já poderiam ser utilizadas com doze integrantes da Mancha Alviverde que foram indiciados e serão julgados por roubo, agressão e provocação de tumulto. Em setembro do ano passado, eles espancaram três corintianos de um vagão do metrô. Não só agrediram como roubaram os telefones celulares e as carteiras das vítimas.
Depois de nove meses de investigação, a polícia identificou seis dos agressores. Três deles, Rafael Laina, Jackson Dionísio e Sandro de Souza, foram presos. Outros três tiveram a prisão preventiva decretada e estavam foragidos. Os últimos seis não tinham sido identificados. Há cerca de um mês, os advogados da Mancha procuraram o Jecrim e propuseram um acordo: os nove palmeirenses procurados se entregariam e assumiriam a participação no ato violento. Em troca, os três presos ganhariam o direito de responder o processo em liberdade.
Foi o que aconteceu. Agora, os 12 da Mancha estão proibidos de entrar nos estádios em São Paulo ou fora do estado onde houver partida do Palmeiras. Eles terão que se apresentar em locais determinados para serviço comunitário no horário dos jogos. Se desobedecerem e forem pegos, serão presos imediatamente. A pena de afastamento pode chegar a nove anos.
A tornozeleira vai facilitar do trabalho das autoridades de rastrear e localizar os organizados que foram condenados.
No caso dos palmeirenses, os nove integrantes da Mancha que se entregaram serão acusados pelo promotor Paulo Castilho por roubo e provocação de tumulto num inquérito separado dos três que já estavam encarcerados.
Nesta terça-feira, Castilho pediu para que emissoras de televisão forneçam o vídeo de um ataque de corintianos que cercaram uma perua com palmeirenses num farol da Av. do Estado. A Polícia já identificou a placa de um dos quatro veículos utilizados pelos agressores. Nas imagens é possível ver o rosto de dois torcedores.