Libertadores: Bauza segura empolgação e diz que meta do SPFC é a final
Luciano Borges
O jogo contra o Atlético Mineiro e a festa no gramado do estádio Independência já tinham terminado. Classificado para a semifinal da Copa Libertadores da América, o time do São Paulo já estava no refeitório do hotel, comendo o lanche da madrugada de quinta-feira em Belo Horizonte. Numa mesa estava a comissão técnica e integrantes da diretoria do clube. Foi aberta uma garrafa de vinho. Todos estavam animados.
O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ficou em pé ao lado de Edgardo “Patón” Bauza e o cumprimentou pela vaga conquistada, mesmo com a derrota para o Galo por 2 a 1. Ele disse: “Caro Bauza, Já estamos entre os quatro melhores da América. Mas podemos chegar mais”.
O treinador argentino respondeu: “Podemos presidente. Podemos chegar entre os dois melhores da América”.
Todo mundo riu e percebeu que Patón é duro na queda. Ele é o técnico duas vezes campeão da Libertadores (LDU e San Lorenzo) e semifinalista em quatro ocasiões. Em todas, ele dirigiu times considerados bons, mas não poderosos.
Este, aliás, foi o motivo pelo qual Bauza foi contratado pelo presidente Leco. “Queríamos um treinador que tivesse o perfil dele, que sabe os caminhos da Libertadores e sabe levar adiante times que não são necessariamente muito fortes”, disse o dirigente em programa da Fox Sports.
E o dirigente anda feliz com o que fez. “Ele saiu melhor do que imaginávamos”, disse ao Blog do Boleiro nesta sexta-feira.
Bauza ficou emocionado com o que o time fez em Belo Horizonte. Ele é um cara que parece durão, mas deixou escapar, em alguns gestos, o que sentia. Primeiro, ao caminhar para o vestiário, ele se virou para a tribuna onde estavam os integrantes da comissão técnica e apontou na direção dos colegas como se estivesse agradecendo. “Aquilo foi um gesto que nos aproximou dele”, disse um dos profissionais.
Leco contou que Patón demonstrou a emoção já no vestiário: “O abraço que ele me deu foi muito simbólico. Assim como foi um gesto significativo ele ter voltado com a gente, quando fomos ao campo para cumprimentar os são paulinos que estavam no estádio. Estar ali do meu lado foi simbólico”.
Mas Edgardo é um cara calejado na Libertadores. Sabe os riscos que correrá até chegar ao primeiro confronto contra o Atlético Nacional, da Colômbia, no dia 6 de julho, no estádio do Morumbi. Para começar, o próximo adversário tem sido apontado pelo técnico tricolor como o time mais forte desta edição do torneio sul-americano. “Está jogando em muito alto nível”, disse ao Blog do Boleiro há cerca de um mês.
Os jogadores sabem disso. A comissão técnica está preparando o dossiê da equipe colombiana para que os atletas tenham informações. A diretoria está tentando manter o elenco. Nesta sexta-feira, durante a gravação do programa Bola da Vez da ESPN (que vai ao ar na próxima terça-feira), o presidente Leco garantiu que o zagueiro Maicon vai permanecer no São Paulo. “Quem está cuidando desta negociação é o Gustavo (Vieira, executivo de futebol) e eu”, disse o dirigente ao sair do estúdio.
Patón, em uma rádio argentina, fala em repatriar um jogador de peso que está fora do Brasil.
Até julho, o São Paulo vai viver expectativas fora de campo. Dentro dele, o time vai tentar manter o espírito de competição que mostrou nas última partidas da Libertadores.